domingo, 24 de outubro de 2010

encanto audiovisual

Ter aulas de fundamentos das artes audiovisuais (fundamentos do cinema) sem dúvida muda a cabeça do sujeito na hora de começar assistir um filme. Não sei se minha critica já ganhou ferramenta suficiente pra ser considerada (acho que não!) mas pelo menos começo a perceber que tenho dúvidas.

Acabei de ver Babel e assuntos técnicos me chamaram atenção. A fotografia principalmente. Sequências bonitas, planos bem pensados.

Outro filme que vi recentemente e que indico é Educação. Não sei se por causa do tema e/ou da estética da obra, penso no que vi dias após ter assistido. Gostei muito dos personagens, da evolução deles.



suspiro de tédio

Estou com choro engasgado.

Falta-me muita coisa agora.

O silêncio compartilhado é o principal.

Falta-me coisa pouca agora.

O primeiro beijo.

Hoje foi mais um dia que eu acordei já deitada.

Pergunto-me até quando?

Repito minha ladainha não agüento mais.

Cansei.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

bobagem

Volto pra casa. Ainda está sol, muito forte e quente. A estrada não muito longa parece ganhar mais alguns quilômetros.

O motorista acelera e em pouco mais de duas horas chego ao ponto do ônibus que me deixará na porta de casa.

No caminho uma nostalgia boba me abraça. A praia, o pôr do sol, a saúde personificada em atividades ali. Entre um grupo de capoeira e um cara correndo na orla, surgem umas caras pintadas. De roupas largas, um de nariz vermelho, outro de camisa listrada, garrafas de cerveja que parecem ganhar vida, ou dar vida. Mas o que se destacou foi o impulso incontrolável de um deles que corre pra areia, deita ao lado de uma mulher que tomava banho de sol e sem que ela percebesse começa um jogo de espelhos.

De dentro do ônibus, como outro impulso, não consigo conter um sorriso. Antes que o sinal abrisse para continuar o trajeto a mulher percebeu a presença daquele cara ali e começa uma conversa. O ônibus volta a andar e os rostos, as esquinas e as memórias repentinamente afloram em mim, como sinestesias malucas. Mais uma vez o motorista para, dessa vez para umas pessoas saírem. Era uma sexta, horário que as crianças saem das escolas, horário que me faz lembrar quando minha mãe me buscava no colégio, me levava no dentista e depois, malandramente pedia um sunday de chocolate do bob’s, alegando que o aparelho estava machucando. Várias crianças entraram no ônibus.

Mas o que me chama total atenção é um senhor, avó com seu neto de poucos anos no colo no ponto do ônibus. Os olhares e as risadas que eles trocam me prendem de tal maneira que meu sorriso de segundas atrás se estende.

Cada rua, esquina, loja, prédio, qualquer espaço dessa cidade passa a ter um olhar valioso.

Voltar pra minha casa, pra minha cidade e ter esse pronome possessivo nos sentidos é incrivelmente recompensador.

Finalmente sinto casa.

sábado, 9 de outubro de 2010

queria, mas.

Queria dizer algo.

Mas não tenho vontade.

Queria que as coisas se resolvessem por elas mesmas.

Mas elas dependem, em parte, de mim.

Queria não sentir saudade.

Mas ela insiste num convívio.

Queria não sentir angústia.

Mas tenho medo.

Queria acreditar que minhas dúvidas não geram medo.

Mas minhas resenhas utópicas não dão em nada.

Queria dormir.

Mas falta dizer algo.

Queria ter vontade de dizer algo.

Mas o sono me desnorteia.

Queria estar aí.

Mas a vontade é efêmera.

Queria muita coisa.

Mas já acabou.

Boa noite.