quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sobre as vidas mortas.

Não sei quantas vezes já matei várias vidas. E cada vez que uma nova vida nascia era diferente. A primeira nasceu em berço de raiva, foi parida em poucos dias. E em pouco tempo estava me fazendo tão mal quanto os últimos dias da vida anterior. E não demorou muito fomos para o mata mata. Dois tiros. Dois acertos. Duas vidas mortas. A minha e a sua. A terceira vida foi gerada por um suspiro, por repetição de erros. O parto não foi registrado, passou despercebido pelas horas de um dia qualquer. E assim como nasceu, morreu. Morreu matando tudo a sua volta. Eu e você. Outras vidas nasceram e outras tantas morreram. Eus e vocês. Agora somos vidas estranhas. Foram várias encarnações. Muito sangue, lágrima e noites mal veladas. Não te reconheço mais, não te quero mais em nada das tantas vidas que ainda terei.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

2:40

São duas e quarenta da manhã. Tenho dezenove anos. Fazendo uma conta rápida, e levando em consideração que minha habilidade matemática talvez chegue ao nível básico, foram seis mil oitocentas e oitenta e nove vezes que passei por esse horário. Sei lá a razão que me levou, hoje, a fazer uma retrospectiva de tudo que vive nessa hora do dia. Quantas noites dessas tantas eu sou capaz de lembrar? Algumas poucas me saltam a memória sem pudor . A noite que passei acordada velando com carinho que velou tantas vezes meu sono. A noite que o celular tocou com uma ligação de desespero e achei que era um sonho pertubador. As duas e quarenta que eu passei na estrada voltando pra casa. As noites que passei matando meus antioxidantes, na presença de álcool, fumaça e horas de sono perdida. A noite que até hoje me causa incômodo por ter existido. Os começo de madrugadas que passei na internet conversando euforicamente. As noites que passei bem acompanhada de ternura. Como poderia lembrar de todas as noites? Nem se eu reler todas as minhas anotações. Nem as dezenove madrugadas de reveillon sou capaz de lembrar. Não me aflinge não lembrar. Eu gosto dessa hora, 2:40! DUAS E QUARENTA!
As vezes são silenciosas, as vezes são o começo de um dia.



domingo, 14 de novembro de 2010

: )

MELHOR VÍDEO DE CRIANÇA DE TODOS OS TEMPOS!




Versão 'original'!



Qual é a melhor?!
: )

Noite Colonial Coletiva Voadora

A expectativa foi grande. Por vários dias o assunto foi o show do Móveis Colonias de Acajú ( e Fino Coletivo ) na Fundição Progresso. Eis que chega a noite. Estava frio e a previsão era de chuva. Saí de casa, peguei o ônibus e pouco mais de meia hora atravessei a ponte ( Rio-Niterói ) e encontrei o pessoal da faculdade. Logo começa o primeiro show. Fino Coletivo. Durante as músicas foram aglomerando só procultianos, calouros e veteranos. Durou pouco o show do Fino, logo estávamos na frente no palco do Móveis.



( @laissco )


( @babiavlis segundo @laissco )


( Lais e Bárbara )



( Eu Lais Barbara - Intimidadas pelo 'fotógrafo' )


( @laalap @babiavlis )


( Procultianos - exceto Max! )


( Cretton e Renan - A Aline tbm estava - surpresa boa!)

O show começou. O coro também. E mais surpresa boa, apareceram mais pessoas incríveis! Logo surgiram as bolas coloridas, a rodinha com parte da banda ensaiando coreografias ao som de "Copacabana".



( Flash Mob Móveis )


Acabado o show o pessoal da banda como sempre vai falar com o pessoal.



( Xuxu )


( Lais Gonzáles Max Bárbara )


( Bem que ele disse pra não confiar no
cara que tirou a foto! = / |
Cretton Bárbara Yo Eduardo Lais Rafaela )


Enquanto Mombojó estava se apresentando foi o momento que pesou a alta hora, faltava pouco para amanhecer. Minha expectativa para a Orquestra Voadora não era das melhores. Já estava contando o tempo que teria que esperar o ônibus pra voltar pra casa. Porém mais uma surpresa boa, o ritmo dos vários instrumentos, vindo tão de perto foi muito cativante. Diria que foi um desfecho muito bonito. Foi o som necessário para fazermos coreografias de festa junina, pantomimas improvisadas e mais uma vez encontrar conhecidos. Dessa vez foi mais legal ainda, pois faziam dois anos, eu acho, que não o via. Breves palavras de " ahh você foi no show deles (Belle & Sebastian)?" e a resposta foi um gesto concordando. A banda vai encerrando o show levando o público pra rua.


( Orquestra Voadora )


( Orquestra Voadora )


( Max e Lais - Ato I )


( Max e Lais - Ato II )


( Max e Lais - Ato III )





( Orquestra Voadora levando o pessoal pra rua )

Esperamos um pouco, dentro da Fundição, antes de sair. Todos com seus devidos planos de como voltar pra casa - ou sair dali - fomos em direção a saída.


( cacos )

Descemos a escada falando das coisas boas da noite. A ultima surpresa foi chegar na porta e ver que já tinha uns fios de luz e chuva, muita chuva! Não dava pra esperar, o jeito foi mergulhar naquele desfecho. Logo estava no ônibus e de volta ao outro lado da ponte.


( do 565 a chuva na praia de icaraí )



sábado, 13 de novembro de 2010

Sereníssima

Apesar de Legião Urbana me causar uma nostalgia triste, gosto muito dessa música, queria ter escrito a letra.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Incômodo

Muitas coisas me incomodam. Muitas mesmo. Pessoas que falam perto demais, acordar porque desligaram o ventilador, perguntas óbvias em situações inapropriadas. Enfim, muitas coisas que não deveriam me incomodar acabam estragando meu dia. E uma em especial me tira do sério. Bom, todo mundo tem algum problema, considerando questões banais e questões mais sérias. Mas muitas vezes uma interpretação parcial, carregada de comparações - os meus problemas e os do outro - fazem um diagnóstico superficial, portanto pré conceituoso. E isso me irrita profundamente. Me provoca ira quando meus problemas passam por um olhar simplista, colocando todas as minhas questões num patamar bobo. Como disse todo mundo tem problemas, seja como conseguir dinheiro pra comprar alguma coisa inútil - ou não tão necessária - até qual será a real solução econômica para os países pobres e, claro, questões pessoais como 'quem sou eu?'. Cada problema tem sua relevância, e ele não perde nem ganha peso quando não é meu. Me provoca histeria quando sou subestimada, quando sou posta num nicho pobre. No emaranhado de pensamentos, bons ou não, meus problemas me limitam, da mesma forma que limita outra pessoa. Então porque teria o direito de julgar como 'fácil', 'médio' ou 'difícil' as questões alheias? E ainda por cima fazer analogias distantes de uma interpretação mais distante ainda? Isso definitivamente me incomoda!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Paradoxo

Faz um tempo que estou vivendo um paradoxo de proporções sísmicas. O nascimento, a morte e o que vai no meio dessas duas pontas. Olho pro lado agora e vejo uma mulher, senhora - melhor descrevendo- com as unhas pintadas, o cabelo arrumado, roupas visivelmente cuidadas. Mas apesar de tanta vaidade a pele das mãos, dos braços, as pálpebras indicam sinal da velhice, da distância do nascimento, da proximidade com a morte. Vinda de trás, ouço risadas de uma menina. Não posso vê-la mas imagino que seja como qualquer menina de seis, sete anos. A voz, a viscosidade da pele, a ingenuidade são evidências de poucos anos de desgaste. E no meio dessas duas pontas, estou eu, perdida. Ver a velhice se aproximando, não só de mim, me faz querer desistir de tudo e sentar para assistir a efemeridade da vida. Como pode tanta coisa, tanta densidade, tanta dor, sofrimento, saudade, desgaste para tão pouco tempo de vida? Sinto falta incontrolável do que eu fui, sinto saudade das pessoas com quem convivia. Sinto falta principalmente da leveza que eu tinha. Estou sozinha agora. Isso não me assusta nem me envergonha. Acho que não aprendi ainda a reciclar minhas perdas em algo produtivo. Parei numa fase improdutiva, triste e solitária. O que impede um impulso para sair desse estado é o tal paradoxo, vida e morte. Não sei administrar o futuro e a possível mediocridade, que qualquer um está sujeito, mas que eu sempre tive medo de me ver desse jeito. Saber entender, aceitar e adaptar minhas limitações com os sonhos e planos embaçados não é tão simples para mim. Apostar em escolhas sem abrir brechas para dúvidas sempre parece impossível. Não vejo solução imediata para isso, estou apenas vivendo coisas, sem euforia, paixão,apego. Estou cansada, aos vinte anos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Cidade Deserta

Azul. É a cor predominante aqui. Vem do céu e inunda as casas, as ruas, as pessoas. É como a cegueira de quem chega perdido numa praia deserta. O único som é o vento. Ensurdecedor. Sem esquinas nem objetos no caminho para alterar seu timbre. Estou perdida numa cidade deserta. Aqui não tenho família. Aqui meus sonhos são turvos. Aqui sou assexuada. Aqui não tenho paladar. O sol é motivo de solidão como a chuva é de tristeza. As pessoas são desconfiadas, os cachorros são traiçoeiros. Aqui toda a minha sensibilidade é decantada. É separada da indiferença que se tornou a marca relevante. Não choro mais. Não escrevo mais. Não canto mais. Não desejo mais. Não desejo mais nada. Até pouco tempo atrás me sentia como um bêbado que tem e sabe o caminho de casa. Agora não tenho mais casa. Agora me sinto sem teto, sem carinho, sem cuidado, sem amor. É estranho como isso não me dá mais nó na garganta. Tudo parece estar dormente, petrificado, esperando umas palavras mágicas, uma reza forte.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Y

ler ouvindo

Depois que ele me abraçou e beijou com um carinho triste, falou 'Se cuida' e foi embora senti como se perdesse alguma coisa naquele momento. Não sei descrever o que exatamente. Basta dizer que depois desse segundo de despedida irreversível o sofrimento da perda foi o suficiente pra me engolir. Culpei minha fase apática. Mas isso não representa nada além de uma desculpa fraca. A euforia não foi suficiente dessa vez. O carinho nasceu e cresceu, isso é a única coisa que me alenta quando lembro de você, tão perto e tão longe. Saudade possível de se matar talvez não exista mais. Saudade de dias bonitos e da noite de ciranda são impossíveis de matar. Você vive em notas de samba, em dias de luta, em ideias produtivas, em novos valores.