segunda-feira, 15 de novembro de 2010

2:40

São duas e quarenta da manhã. Tenho dezenove anos. Fazendo uma conta rápida, e levando em consideração que minha habilidade matemática talvez chegue ao nível básico, foram seis mil oitocentas e oitenta e nove vezes que passei por esse horário. Sei lá a razão que me levou, hoje, a fazer uma retrospectiva de tudo que vive nessa hora do dia. Quantas noites dessas tantas eu sou capaz de lembrar? Algumas poucas me saltam a memória sem pudor . A noite que passei acordada velando com carinho que velou tantas vezes meu sono. A noite que o celular tocou com uma ligação de desespero e achei que era um sonho pertubador. As duas e quarenta que eu passei na estrada voltando pra casa. As noites que passei matando meus antioxidantes, na presença de álcool, fumaça e horas de sono perdida. A noite que até hoje me causa incômodo por ter existido. Os começo de madrugadas que passei na internet conversando euforicamente. As noites que passei bem acompanhada de ternura. Como poderia lembrar de todas as noites? Nem se eu reler todas as minhas anotações. Nem as dezenove madrugadas de reveillon sou capaz de lembrar. Não me aflinge não lembrar. Eu gosto dessa hora, 2:40! DUAS E QUARENTA!
As vezes são silenciosas, as vezes são o começo de um dia.