quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sobre as vidas mortas.

Não sei quantas vezes já matei várias vidas. E cada vez que uma nova vida nascia era diferente. A primeira nasceu em berço de raiva, foi parida em poucos dias. E em pouco tempo estava me fazendo tão mal quanto os últimos dias da vida anterior. E não demorou muito fomos para o mata mata. Dois tiros. Dois acertos. Duas vidas mortas. A minha e a sua. A terceira vida foi gerada por um suspiro, por repetição de erros. O parto não foi registrado, passou despercebido pelas horas de um dia qualquer. E assim como nasceu, morreu. Morreu matando tudo a sua volta. Eu e você. Outras vidas nasceram e outras tantas morreram. Eus e vocês. Agora somos vidas estranhas. Foram várias encarnações. Muito sangue, lágrima e noites mal veladas. Não te reconheço mais, não te quero mais em nada das tantas vidas que ainda terei.

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